quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Diligência


Numa sala escura, onde apenas a luz das velas nos fazem ver que não estamos sozinhos, mas que podemos estar bem à vontade, sentimos o conforto de casa, sentimos que ali podemos ser nós, sem escudos, sem nenhum pé atrás. Um trago adocicado com um aroma frutado e um toque a canela ajuda a transportar e a acolher toda aquela melodia envolvente dentro de nós. Toda a nossa disposição e estar muda conforme a música, ora cantamos com alegria, nem que seja apenas o "Lalai Lalai Lalai", ora esquecemo-nos completamente de cantar enquanto mergulhamos nos nossos pensamentos e nas recordações a que cada música nos leva. De quando a quando é impossivel não deitar um olhar a quem me rodeia. Assim como eu estão completamente maravilhados pela música e cheios de memórias a acompanhar a melodia, o que faz com que aqueles pensamentos de "vá comporta-te, olha a postura!" se extingam.
Somos os primeiros a chegar, recebidos como gente da casa, somos os últimos a sair, tendo direito a umas músicas só para nós. Todo aquele ambiente de proximidade conforta-nos, querendo sempre mais. Umas horas que nos envolvem de tal maneira que o mais acertado seria passar o resto da noite a dois, naquele clima romântico e totalmente lamechas. Mesmo assim, é impossivel deitarmo-nos a sorrir, mesmo que sozinhos. Porque foi tão bom, tão bom, que continuar a noite seria descabido e um completo desperdicio.

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